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Medicina nuclear

Especialidade Médica

A Medicina Nuclear é uma especialidade médica que tem como objetivo realizar diagnósticos e/ou tratamentos de determinadas doenças utilizando fontes não seladas de radionuclídeos em quantidades mínimas. Os métodos utilizados são seguros, praticamente indolores e não invasivos. A Medicina Nuclear intervém em casos de doenças cardíacas, oncológicas, hematológicas, neurológicas e outras.

No que diz respeito aos tratamentos, o material radioativo é administrado in vivo e possui distribuição fisiológica específica para determinados órgãos ou tipos celulares. Os radiofármacos, como forma de tratamento, podem auxiliar no combate ao hipertireoidismo, no tratamento de câncer na tireoide, alívio de dores ósseas e em casos de tumores específicos.
Em relação aos exames, o uso do material radioativo permite a avaliação funcional dos tecidos em estudo, ao contrário da maioria dos métodos radiológicos que priorizam a avaliação anatômica dos órgãos. É possível diagnosticar diversas doenças, incluindo embolia pulmonar, infecções agudas, infarto do miocárdio, câncer, obstruções renais, demências, bem como identificar o tipo e a extensão do câncer no organismo.

A história dessa especialidade teve início com a descoberta da radioatividade natural em 1896 por Henri Becquerel. Em 1898, Marie e Pierre Curie descobriram elementos radioativos naturais, o que foi fundamental para o avanço dessa área. Em 1932, Ernest O. Lawrence e M. Stanley Livingstone criaram o ciclotron, que possibilitou a produção de radionuclídeos artificiais.

Com o advento da Segunda Guerra Mundial e a criação de reatores nucleares, tornou-se possível produzir radionuclídeos em quantidades suficientes para serem utilizados em aplicações médicas. O desenvolvimento de produtores de radionuclídeos e de estudos sobre seu uso em prol da saúde continuou nos anos seguintes. Em 1960, tornou-se possível adquirir, armazenar e processar imagens em computadores, e na década seguinte ocorreram melhorias nas máquinas utilizadas nos exames.

No Brasil, a história da Medicina Nuclear teve início em 1946 com os médicos Tede e Verônica Eston. Três anos depois, simultaneamente ao desenvolvimento da especialidade nos Estados Unidos, foi criado no Brasil um projeto para a instalação da primeira unidade de radioisótopos na América Latina, denominada Laboratório de Isótopos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Em 1954, o médico José Augusto Villela Pedras fundou o primeiro serviço particular de Medicina Nuclear do Brasil.

A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) foi criada em 1961 e passou por alterações em seu nome ao longo dos anos. É composta por médicos especialistas e profissionais de áreas como tecnologia, biologia, física e química. Somente em 2002 a Medicina Nuclear passou a ser oficialmente reconhecida como uma especialidade médica em nosso país.

Referências:

ALMEIDA, R. D. S. Medicina nuclear: do surgimento à atualidade pela ótica dos radionuclídeos. 2009. 72 p. Trabalho de conclusão (Licenciatura – Química) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

KUBA, S. Instrumentação em Medicina Nuclear. 2008. 67 p. Trabalho de conclusão (bacharelado em Ciências Biológicas) – Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Botucatu, Botucatu.

SBMN- Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear. Disponível em: https://sbmn.org.br/. Acesso em: 21 jun. 2023.