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Cirurgia Geral

Especialidade Médica

A especialidade de cirurgia geral realiza avaliação, diagnóstico e principalmente tratamento de condições cirúrgicas em pacientes de todas as idades. Os cirurgiões gerais são especialistas em cirurgias no geral, o que envolve ter conhecimento e prática suficiente para cirurgias no abdômen, incluindo o estômago, intestinos, fígado, vesícula biliar, pâncreas e baço, bem como cirurgias para tratar doenças da pele, tecido mole, sistema endócrino e vasos sanguíneos periféricos.

O cirurgião geral pode atuar dessa maneira ou pode optar por se especializar em áreas específicas, como cirurgia oncológica, urologia, cirurgia plástica, cirurgia do aparelho digestivo, cirurgia vascular, cirurgia do trauma,  entre outras. Além de realizar cirurgias, os cirurgiões gerais também são responsáveis pelo acompanhamento pós-operatório, incluindo o gerenciamento de complicações e a reabilitação do paciente.

A execução de cirurgias de sucesso dependeu do desenvolvimento de conhecimentos e técnicas, como o controle da hemostasia, da infecção e uso da anestesia, conquistados ao final do século XIX. A partir de então é que a cirurgia apresentou grande crescimento e desenvolvimento.

No Brasil, a medicina e a cirurgia foram efetivamente aplicadas com a vinda da família real, em 1808. Foi formada uma comitiva de D. João VI, que incluía o cirurgião pernambucano José Correia Picanço, que foi quem ajudou na implantação da primeira escola médica do país, chamada de Escola Anatômico-Cirúrgica e Médica da Bahia. No mesmo ano, uma outra escola foi fundada no Rio de Janeiro.

Em 1889, nos Estados Unidos, William Halsted foi o primeiro grande nome da cirurgia na era moderna e dedicou a maior parte de sua vida à prática e ensino da cirurgia. Deu início às primeiras residências médicas com objetivo de formalizar o treinamento dos médicos em cirurgia. O treinamento consistia em aprender através do trabalho, sendo que o médico inexperiente acompanhava e observava o mais experiente para assim obter novos conhecimentos.

O treinamento era descrito como rigoroso, amplo, profundo e longo, abordando todas as áreas cirúrgicas e exigindo do aprendiz dedicação total. Propondo o treinamento, Halsted definiu a Cirurgia Geral.

O Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) foi fundado em julho de 1929 no Rio de Janeiro por um grupo de cirurgiões e ao longo de sua existência, tornou-se a maior entidade cirúrgica da América Latina com mais de sete mil membros. Por volta de 1948, no Brasil, iniciou-se a formalização do treinamento de cirurgia com programas de residência médica, sendo os primeiros no Rio de Janeiro, idealizado pelo Prof. Mariano de Andrade, no Hospital dos Servidores do Estado, e em São Paulo, idealizado pelo Prof. Alípio Correa Neto, no Hospital de Clínicas.

Os conhecimentos dentro da medicina continuaram em grande desenvolvimento, o que influenciou posteriormente nas separações dentro da medicina e também na separação da cirurgia em áreas e especialidades distintas. O aparecimento de novas tecnologias, o uso da internet, a videocirurgia, robótica e outros desdobramentos evolutivos impactaram a medicina e também a especialidade.

Dessa forma, apareceram, então, várias áreas de micro fragmentações dentro da Cirurgia Geral. Ou seja, além de possibilitar a formação de especialistas em Cirurgia Geral, esta especialidade também é necessária para os médicos que querem atuar dentro de outras especialidades, que possuem como pré-requisito a formação em Cirurgia Geral como, por exemplo, a Urologia, Cirurgia Vascular, Cirurgia Torácica, Cirurgia Plástica e outras mais.

 

Referências:

CAMPOS MORAES AMATO, A. Breve História da Cirurgia. V. 1. São Paulo: Amato, 2020.

COLÉGIO BRASILEIRO DE CIRURGIÕES. Comemoração dos 90 anos do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Disponível em:https://90anos.cbc.org.br/apresentacao/. Acesso em: 17 maio 2023.

SANTOS, E. G. D. Residência médica em cirurgia geral no Brasil – muito distante da realidade profissional. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Rio de Janeiro, v. 36, n. 3, p. 271-213, 2009.

SANTOS, E. G. D. Super especialização na cirurgia geral: problema ou solução?. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 38, p. 444-446, 2011.