A infectologia é uma especialidade médica que abrange um conhecimento diversificado, indo além da clínica médica. Seu campo de estudo engloba aspectos epidemiológicos, imunológicos e processos infecciosos, trabalhando na prevenção, diagnóstico e tratamento de diversas doenças. O médico infectologista geralmente lida com casos de infecções subagudas ou crônicas, como tuberculose, hepatites virais, aids, pneumonia, meningite, dengue e outras doenças. Em muitos casos, ele faz parte de uma equipe multiprofissional ao lidar com pacientes imunossuprimidos, oncológicos ou transplantados.
Esse profissional não se limita ao tratamento de órgãos específicos ou sistemas do corpo humano, desempenhando um papel relevante nas questões que envolvem a interação entre seres humanos, ambientes e microrganismos, afetando tanto os indivíduos quanto a comunidade em geral. Por isso, sua atuação é fundamental na promoção de políticas públicas de saúde.
A história dessa especialidade acompanha a evolução dos conhecimentos médicos. Foi no século XIX que a comunidade médica compreendeu e confirmou a ideia de contágio, ligada à descoberta da existência de micro-organismos. Nessa mesma época, ocorreram invasões europeias na África e na Índia com fins de colonização. Durante essas invasões, surgiram os primeiros centros de “medicina tropical” para tratar pessoas que contraíram doenças comuns nessas regiões. O termo “medicina tropical” foi herdado dos centros europeus criados naquela época e capacitou profissionais para lidar com as doenças consideradas tropicais.
No Brasil, em 1970, as doenças infecciosas e parasitárias eram representadas pela Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), composta por profissionais de várias áreas e pesquisadores da medicina tropical. Médicos como Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Adolfo Lutz, que dedicaram seu trabalho à prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças infecciosas, são reconhecidos como “tropicalistas”. Com o tempo, o campo de estudo da medicina tropical evoluiu para se tornar a especialidade conhecida como infectologia, abrangendo além das doenças especificamente tropicais.
O interesse pelas doenças infecciosas e parasitárias aumentou com a criação de enfermarias especializadas, o que levou à necessidade de discussões entre os profissionais da área sobre os aspectos clínicos da infectologia, tratamentos com antibióticos, uso de vacinas, entre outras questões. Essa necessidade impulsionou os membros da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical a propor, em 1980, o termo “infectologia”, reconhecendo que as doenças infecciosas tinham relevância clínica para além das limitações climáticas e territoriais. Assim, surgiu a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Referências:
FOCACCIA, R. História. Sobre a SBI. Disponível em: https://infectologia.org.br/sobre-a-sbi/historia/. Acesso em: 16 jun. 2023.
FORTALEZA, C. M. C. B. O que faz um infectologista – e quando marcar uma consulta com ele. Veja Saúde, 11 abr. 2023. Disponível em: https://saude.abril.com.br/coluna/com-a-palavra/dia-do-infectologista/. Acesso em: 16 jun. 2023.
SOCIEDADE PAULISTA DE INFECTOLOGIA. O que é? . A infectologia. Disponível em: https://infectologiapaulista.org.br/o-que-e.php. Acesso em: 16 jun. 2023.
