preloader

Oftalmologia

Especialidade Médica

A especialidade da oftalmologia é responsável pelos procedimentos e cuidados referentes à saúde dos olhos, atuando na área de proteção, promoção, recuperação, prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças oculares. É uma área bastante diversificada que abrange a parte clínica e cirúrgica, além da realização de exames específicos para os distúrbios relacionados aos olhos. De acordo com o último Censo Demográfico do IBGE 2010, mais de 35 milhões de pessoas vivem com alguma dificuldade na visão, o que corrobora a importância desse profissional para a saúde da população.

A demanda por essa especialidade é bastante alta, principalmente nos atendimentos oferecidos pelo SUS, sendo que os principais atendimentos realizados no Brasil em relação às doenças oculares referem-se a problemas como conjuntivite, glaucoma, retinopatia diabética, degeneração da retina relacionada à idade, catarata, doenças relacionadas às pálpebras e erros de refração que envolvem patologias como miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia.

A história do cuidado com a saúde ocular começou na cultura egípcia, porém foi a civilização grega que instituiu a prática clínica da oftalmologia. A literatura mostra que Hipócrates e seus alunos escreveram diversos manuscritos sobre fisiologia e terapêutica ocular. No entanto, a maior notoriedade da oftalmologia veio com a invenção do alemão Hermann Von Helmholtz (1821-1894), que divulgou o oftalmoscópio, instrumento capaz de avaliar o interior do olho pela primeira vez e que representou um grande marco para o desenvolvimento científico. Em 1773, surge a “Escola Oftalmológica de Viena”, primeira instituição de ensino referência da área, criada em Viena pela imperatriz Maria Tereza.

Francisco Álvares Machado de Vasconcellos (1791 – 1846) foi o primeiro oftalmologista brasileiro conhecido, por aliar a prática da cirurgia geral, sua formação de base, em conjunto com a oftalmologia. No ano de 1841, o Brasil produziu seu primeiro livro sobre a especialidade, que apresentou uma gama de figuras sobre o tema e trouxe bastante notoriedade e reconhecimento para a área, embora ainda não fosse reconhecida oficialmente como uma especialidade médica.

Foi com a chegada de um importante médico oftalmologista italiano ao Brasil em 1856 que se criou o Serviço de Oftalmologia da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Sua curta permanência de cerca de 4 anos no país foi capaz de revolucionar a especialidade e atrair diversos admiradores para que ela pudesse continuar se desenvolvendo na ciência brasileira. Com o término da construção do prédio central do Hospital das Clínicas de São Paulo em 1947, a Oftalmologia ganha uma importante sede para a divulgação dos cursos de aperfeiçoamento em Oftalmologia e posterior criação das residências médicas, formando assim novos profissionais.

Com mais de 100 anos de existência e fundada em 6 de setembro de 1922, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia foi criada no Rio de Janeiro, então capital federal, sendo a quarta entidade da especialidade criada no continente americano com o objetivo de disseminar informações e promover o progresso científico no campo da oftalmologia.

REFERÊNCIAS
CAMPOS, E. História da Oftalmologia: Os primeiros oftalmologistas do Brasil. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, v. 61, n. 4, p. 486-493, 1998.
CBO – Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Guia Jurídico de orientação profissional ao médico oftalmologista, 2019. 44p.
Ministério da Saúde. Doenças Oculares. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/doencas-oculares. Acesso em: 16 de jun 2023
OLIVEIRA, H. M. Centro Temático de Campinas: Construtores da Oftalmologia, 2020. Disponível em: https://ctc-campinas.org.br/construtores-da-oftalmologia/. Acesso em 16 de jun 2023.
SBO – Sociedade Brasileira de Oftalmologia. História. Disponível em: https://sboportal.org.br/a-sociedade/historia. Acesso em 16 de jun 2023
VAIDERGORN, P. G. et al. História do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia da FMUSP. Revista de Medicina, v. 81, p. 28-33, 2002.